Este blog têm como proposta ser um auxiliar na apresentação da filosofia, tanto a alunos, quanto a leigos.
Os posts são em sua maioria textos do LIVRO DE FILOSOFIA DO ESTADO DO PARANÁ, escrito por professores da rede pública do estado, e utilizado diariamente nas salas de aula por milhares de jovens que, têm nele, muitas das vezes, seu primeiro contato com a filosofia. Também há escritos de outras fontes e autorias. Aliado aos textos há videos e músicas com conteúdo filosófico, que traz um diálogo filosófico poético, prazeroso e humorado
Contamos com a participação de todos os colegas de trabalho para ampliação de nosso material, com textos próprios, experiências vividas em sala de aula à partir do ensino proposto pelo livro ou blog, enfim, tudo o que venha agregar o fundamento da verdadeira filosofia, que é a busca pela sabedoria. Pois só sabemos que nada sabemos!
sexta-feira, 28 de maio de 2010
O Mito e a Origem de Todas as Coisas.
A multiplicidade de idéias e vertentes que formam o mito pode aparecer, muitas vezes, como desordem. A filosoia pode ser entendida como a tentativa de subordinar a multiplicidade de expressões à ordem racional, de enfrentar a dificuldade de entender os contrários misturados que povoam a vida. Entre mito e filosoia têm-se duas ordens ou duas concepções de mundo e a passagem da primeira à segunda expressa uma mudança estrutural da sociedade. Identificar ou pensar as várias ordens seria como identificar as constelações na imensidão do céu.
As narrativas míticas tentavam responder as questões fundamentais, como: a origem de todas as coisas, a condição do homem e suas relações com a natureza, com o outro e com o mundo, enfim, a vida e a morte, questões que a filosofia desenvolveu no decorrer de sua história. Mas aqui podemos formular outra questão: a filosoia nasceu da superação dos mitos, mas foi uma superação gradual ou um rompimento súbito? Para tanto, temos que primeiramente identificar algumas diferenças básicas entre os mitos e a filosoia.
O Mito (Mythos) é narrado pelo poeta-rapsodo, que escolhido pelos deuses transmitia o testemunho incontestável sobre a origem de todas as coisas, oriundas da relação sexual entre os deuses, gerando assim, tudo que existe e que existiu. Os mitos também narram o duelo entre as forças divinas que interferiam diretamente na vida dos homens, em suas guerras e no seu dia-a-dia, bem como explicava a origem dos castigos e dos males do mundo. Ou seja, a narrativa mítica é uma genealogia da origem das coisas a partir de lutas e alianças entre as forças que regem o universo.
A filosoia, por outro lado, trata de problematizar o porquê das coisas de maneira universal, isto é, na sua totalidade. Buscando estruturar explicações para a origem de tudo nos elementos naturais e primordiais (água, fogo, terra e ar) por meio de combinações e movimentos.
Enquanto o mito está no campo do fantástico e do maravilhoso, a filosofia não admite contradição, exige lógica e coerência racional e a autoridade destes conceitos não advém do narrador como no mito, mas da razão humana, natural em todos os homens.
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