A PROPOSTA DESTE BLOG

Este blog têm como proposta ser um auxiliar na apresentação da filosofia, tanto a alunos, quanto a leigos.




terça-feira, 30 de novembro de 2010

Amizade


Desculpe a ousadia literária e filosófica, mas considero o livro de Antoine de Saint-Exupéry “O Pequeno Príncipe”, um tratado literal sobre a amizade.





Discussão filosófica:

Como estamos valorizando nossa amizade pelo saber e sabedoria?

Como consideramos nossos amigos e amigas?

Cultivamos bons relacionamentos?



Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP). Contato: marciobressane@hotmail.com

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Carta sobre a Felicidade


De: Epicuro Para: Meneceu, saudações.

Que nenhum jovem adie o estudo da filosofia, e que nenhum velho se canse dela; pois nunca é demasiado cedo nem demasiado tarde para cuidar do bem-estar da alma. O homem que diz que o tempo para este estudo ainda não chegou ou já passou é como o homem que diz que é demasiado cedo ou demasiado tarde para a felicidade.





Esta é uma tradução da tradução inglesa anónima disponível no site da Universidade da Colúmbia. Esta tradução supera claramente a tradução de Brad Inwood e L. P. Gerson (Hackett) e a mais antiga de Robert Drew Hicks, iluminando algumas partes do texto que até agora eram algo incongruentes.

Biografia do autor:

Epicuro de Samos foi um filósofo grego do período helenístico. Seu pensamento foi muito difundido e numerosos centros epicuristas se desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma, onde Lucrécio foi seu maior divulgador.
Epicuro nasceu na Ilha de Samos, em 341 a.C., mas ainda muito jovem partiu para Téos, na costa da Ásia Menor. Quando criança estudou com o platonista Pânfilo por quatro anos e era considerado um dos melhores alunos. Certa vez ao ouvir a frase de Hesíodo, todas as coisas vieram do caos,ele perguntou: e o caos veio de que? Retornou para a terra natal em 323 a.C.. Sofria de cálculo renal, o que contribuiu para que tivesse uma vida marcada pela dor.
Epicuro ouviu o filósofo acadêmico Pânfilo em Samos, que não lhe foi de muito agrado. Por isso foi mandado para Téos pelo seu pai. Com Nausífanes de Téos, discípulo de Demócrito de Abdera, Epicuro teria entrado em contato com a teoria atomista — da qual reformulou alguns pontos. Epicuro ensinou filosofia em Lâmpsaco, Mitilene e Cólofon até que em 306 a.C. fundou sua própria escola filosófica, chamada O Jardim, onde residia com alguns amigos, na cidade de Atenas. Lecionou em sua escola até a morte, em 271 a.C., cercado de amigos e discípulos. Tendo sua vida marcada pelo ascetismo, serenidade e doçura.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010


A cidadania


Na sociedade moderna, nascida das transformações que culminaram na revolução Francesa, o individuo é visto como homem (pessoa privada) e como cidadão (pessoa pública). O termo cidadão designava originalmente o habitante da cidade. Com a consolidação da sociedade burguesa, passa a indicar a ação política e a participação do sujeito na vida da sociedade.




POLÍTICA E CIDADANIA


Política denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa). Nos regimes democráticos,a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.






Disponivel em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica - (consultado em 25/03/2010 às 10:00)

O homem, um ser consciente.


"A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade.”
Immanuel Kant





Consciência psicológica:

-conhecimento do eu e do mundo exterior

Consciência moral:
-antes da ação, aconselha ou proíbe;
-após a ação, manifesta-se como sentimento de satisfação ou remorso.

Consciência moral pressupõe consciência psicológica. Esta possibilidade a escolha; aquela orienta a escolha.

Componentes da vida moral: consciência – liberdade – responsabilidade.

Fatores que eximem o homem da responsabilidade moral: coações internas e externas.

”A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta”.
Blaise Pascal

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Para um bom Filosofar!




As PERGUNTAS FILOSÓFICAS podem dinamizar a problematização de um tema em debate,dando assim habilidades para o questionamento que provocam o desenvolvimento do raciocínio: comparar, identificar semelhanças e diferenças, constrastar, perceber contradições, dar e pedir boas razões, definir, aplicar e avaliar critérios, distinguir razões de não-razões, boas e más razões, precisar o que for vago, detectar pressupostos, detectar ambiguidades, inferências indutivas, inferências dedutivas, raciocinar por analogia, generalizar, detectar falácias.




sábado, 7 de agosto de 2010

O método desviante - por Jeanne Marie Gagnebin

Como uma boa e velha professora de filosofia, prefiro cercear o assunto, amplo demais, por caminhos negativos, desvios e atalhos que não parecem levar a lugar algum. Digo “professora de filosofia”, porque meu território de atuação é, primeiramente, a sala de aula e a dinâmica com os estudantes, com todas as vantagens e todas as restrições que o ensino universitário no Brasil traz consigo. E digo também uma “velha” professora de filosofia porque posso me permitir, hoje, nesse momento de minha carreira acadêmica, algumas provocações que não vão (pelo menos, assim o espero!) colocar em questão nem meu contrato nem meu emprego. Imagino que os jovens colegas, com ou sem vaga ainda, não ousariam pensar de tal maneira, pelo menos explicitamente, porque têm que assegurar primeiro seu lugar no sol. Ofereço a eles um pequeno descanso na sombra.





Jeanne Marie Gagnebin
É professora de filosofia na PUC/SP e de teoria literária na Unicamp, autora, entre outros, de "História e Narração em Walter Benjamin" (Perspectiva, 1994) e de "Sete Aulas sobre Linguagem, Memória e História" (Imago, 1997), e também:

Doutorado em Filosofia pela Universitat Heidelberg (Ruprecht-Karls) (1978) , pos-doutorado pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (1988) , pos-doutorado pela Universitat Konstanz (1990) , pos-doutorado pela Freie Universitat Berlin (1996) e pos-doutorado pela Zentrun Fur Literaturforschung (2000)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O deserto do real


Você já se perguntou o que é a realidade? E a verdade?
Imagine se você estivesse dormindo, e não conseguisse acordar, como você saberia o que é realidade e o que é sonho?
No capitulo VII da obra República, Platão elabora a alegoria da caverna, como metáfora de uma situação na qual os homens vivem na aparência acreditando ser a realidade. Assim, tudo que vêem, fazem e sentem não passam de sombras. Esta alegoria faz alusão ao advento
do pensamento racional.
Portanto, estamos diante de um paradoxo: por que Platão, na busca de desenvolver o pensamento racional, usa constantemente os mitos para filosofar?


*Profº Eloi Corrêa dos Santos (Colégio Estadual Sto. Antonio e Colégio Estadual Mário Evaldo Morski. Pinhão - PR)

Mas enfim o que é mito?


O pensamento mítico é por natureza uma explicação da realidade que não necessita de metodologia e rigor, enquanto que o logos caracteriza-se pela tentativa de dar resposta a esta mesma realidade, a partir de conceitos racionais. Mas existe razão nos mitos?




quarta-feira, 2 de junho de 2010

Fédon e a Palavra.

Fédon, contemporâneo e companheiro de Platão, dá o nome a um dos diálogos de Sócrates. Sabe-se que foi prisioneiro quando sua cidade foi vencida, e se viu reduzido a viver miseravelmente, preso num quarto estreito e escuro, até que Sócrates convenceu Alcibíades (ou Criton), a libertá-lo. Passou, desde então, a se dedicar inteiramente a filosofia. Segundo alguns, teria sido escravo. Escreveu vários diálogos, que se perderam. Alguns deles são também atribuídos a Esquines ou a Polienes. O texto que hoje publicamos é tomado do diálogo "Eretiriakos", um dos apócrifos do livro de Gerhard Walterius sobre os apócrifos da Grécia. Sua linha de panegírico à palavra, como expressão da idéia, traz o sabor do pensamento socrático.



sexta-feira, 28 de maio de 2010

O mito hoje.

Na modernidade, podemos pensar filosoficamente outros conceitos para o mito. Um dos modos de entender o mito é pensá-lo como fantasmagoria, isto é, aquilo que a sociedade imagina de si mesma a partir de uma aparência que acredita ser a realidade. Por exemplo: é mítica a idéia de progresso, porque é uma idéia que nos move e alimenta nossa ação, mas, na realidade não se concretiza. A sociedade moderna não progride no sentido que tudo o que é novo é absorvido para a manutenção e ampliação das estruturas do sistema capitalista. O progresso apresenta-se como um mito porque alimenta o nosso imaginário.




Professores Eloi Corrêa dos Santos (Colégio Estadual Sto. Antonio e Colégio Estadual Mário Evaldo Morski - Pinhão – PR), Osvaldo Cardoso (Colégio Estadual Ângelo Gusso - Curitiba – PR)

Mito e Lógos.

Como as pesquisas atuais entendem o mito? Conforme Vernant (2001) parece que os estudiosos do mito não conseguem definir seu objeto de estudo e o vêem desvanecer-se:
(...) o tempo de reflexão – esse olhar lançado para trás sobre o caminho percorrido – não marcaria, para o mitólogo, o momento em que, acreditando como Orfeu ter tirado sua Eurídice das trevas, impaciente de contemplá-la na claridade da luz, ele se volta para vê-la desvanecer e desaparecer para sempre a seus olhos? (VERNANT, 2001, p. 289)




O Mito e a Origem de Todas as Coisas.

A multiplicidade de idéias e vertentes que formam o mito pode aparecer, muitas vezes, como desordem. A filosoia pode ser entendida como a tentativa de subordinar a multiplicidade de expressões à ordem racional, de enfrentar a dificuldade de entender os contrários misturados que povoam a vida. Entre mito e filosoia têm-se duas ordens ou duas concepções de mundo e a passagem da primeira à segunda expressa uma mudança estrutural da sociedade. Identificar ou pensar as várias ordens seria como identificar as constelações na imensidão do céu.







A Vida Cotidiana na Sociedade Grega.

Quando dizemos que a filosofia nasceu na Grécia, pontuamos que a Grécia do século V a.C. não possuía um Estado unificado, mas era formada por Cidades-Estados independentes, as chamadas pólis, que foram o berço da política, da democracia e das ciências no ocidente.





O Nascimento da Filosofia

O nascimento da filosofia pode ser entendido como o surgimento de uma nova ordem do pensamento, complementar ao mito, que era a forma de pensar dos gregos. Uma visão de mundo que se formou de um conjunto de narrativas contadas de geração a geração por séculos e que transmitiam aos jovens a experiência dos anciãos. Como narrativas, os mitos falavam de deuses e heróis de outros tempos e, dessa forma, misturavam a sabedoria e os procedimentos práticos do trabalho e da vida com a religião e as crenças mais antigas.




O Mito de Édipo

Os mitos cumpriam uma função social moralizante de tal forma que essas narrativas ocupavam o imaginário dos cidadãos da pólis grega direcionando suas condutas. Na Atenas do século V a.C. existia também o espaço para as comédias que satirizavam os poderosos e personagens célebres, e as tragédias que narravam as aventuras e prodígios dos heróis, bem como suas desventuras e fracassos. Haviam festivais em que os poetas e escritores competiam elegendo as melhores peças e textos, estes festivais eram muito importantes na vida da “pólis” grega, era por meio destes eventos sociais que as narrativas míticas se difundiam.



Mito e Filosofia - Ordem e Desordem

Ordem e desordem fazem parte da formação do senso comum e dos processos da razão e, a partir desses conceitos, tratemos de efetuar uma avaliação social e histórica. Vivemos inseridos em certas ordens ou organizações (sociais, políticas, religiosas, econômicas), as quais não dependem de nossa escolha. Pensemos, pode ser que não exista desordem, mas ordens diferentes daquela que costumamos pensar que seja a ordem verdadeira, uma razão imutável, que reina imperativa. Por exemplo: a civilização ocidental é diferente da civilização oriental, o sul da América e o norte da América possuem culturas diferenciadas, ou seja, o mundo é culturalmente diverso e isto enriquece os contatos e as relações, é preciso aprender a conviver com essas diferenças para evitar confrontos, conflitos, guerras e sofrimentos.





Professores Eloi Corrêa dos Santos (Colégio Estadual Sto. Antonio e Colégio Estadual Mário Evaldo Morski - Pinhão – PR), Osvaldo Cardoso (Colégio Estadual Ângelo Gusso - Curitiba – PR)